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Umas quatro horas de trabalho mais tarde…:
Comentários serão muito bem vindos.
(Em breve mais informações…)
Cores na expografia
A Ligia Nobre propôs uma sessão de trabalho para desenvolvermos o projeto expográfico, pois estávamos bastante preocupados com a falta de definição em um momento tão próximo ao da abertura da exposição. Além de conversarmos sobre o mobiliário que servirá de suporte aos projetos e às atividades, a Ligia Nobre trouxe uma série de referências — entre elas os espaços do projeto Curating Degree Zero que nós já tínhamos levado para ela – sugerindo o uso de cores que, segundo ela, poderia trazer mais humor, e também uma melhor funcionalidade, para o espaço, o que se diferencia das recentes exposições de arquivos e documentos, que costumam ser apresentadas com um mobiliário de madeira sem cor nenhuma. Veja algumas referências que a Ligia nos trouxe:
Gostamos muito das sugestões da Ligia, mas concluímos que seria necessário também uma pesquisa sobre a história das cores, e o que o uso de cada uma implica sensorialmente e representa. Além disso, no Paço temos várias limitações e precisamos ver o que é possível fazer.
Expedição com Álvaro Razuk
Tivemos um encontro com a equipe do Paço das Artes, incluindo um novo produtor, o Maikon Rangel, e o Álvaro Razuk, arquiteto de exposições, para conversar mais uma vez sobre a expografia. Como o nosso orçamento é limitado, fizemos uma “expedição” pelos depósitos do Paço das Artes para verificar se existem materiais que podemos re-utilizar.
No meio de inúmeros objetos inutilizáveis — como cadeiras quebradas, pedaços de madeira, e outras sobras de exposições que não podem ser jogadas fora — identificamos algumas coisas que podem vir a ser parte do espaço expositivo da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos:
A partir dessa “expedição”, o Álvaro ficou de nos fazer uma proposta para uma exposição com 300 projetos e encontros presenciais (considerando um público formado por 30 a 50 pessoas).
Reunião com Ligia Nobre
um livro sobre a história das expografias do MoMA no qual é apresentada a exposição com uma sala de leitura do Alexander Rodchenko que havíamos comentado como (contra-)exemplo (a sala apareceu recentemente numa exposição da Tate).
Falamos sobre como seria o mobiliário onde estarão disponibilizados os projetos, e que poderíamos aproveitar o material já disponível do Paço das Artes, como lustres, sofás, cadeiras, pufs, divisórias…
Conversamos que seria interessante se os projetos estivessem dispostos por número de inscrição no Edital Temporada de Paço das Artes 2009. A própria equipe do Paço marca os projetos com a numeração de acordo com a ordem de chegada. Pensamos que com isso evidenciaríamos o procedimento de organização da instituição sem termos de criar uma hierarquia nossa. Essa disposição também seria uma boa maneira de registrar os projetos ausentes (dos artistas que não autorizaram a exibição), já que ficaria muito claro quais são (e quantos são) os projetos que faltam.
A nossa preocupação, segundo a Ligia, consiste em mostrar quantidade, diferenciação, homogeinização, e ao mesmo tempo criar o espaço das oficinas (workshops) e encontros (palestras).
Pensamos em estruturas possíveis que podem registrar a visita do público e o resultado das oficinas. Uma delas é a disposição de papéis-fichas para que o público possa anotar um percurso de projetos que acha interessante e que ao ser compartilhado possa ser executado por outros visitantes (que também poderão sugerir outros percursos). Um painel pode servir como plataforma para que esses roteiros permaneçam no próprio espaço expositivo.
A idéia de usar estantes móveis também vem a calhar com o objetivo de um espaço mais flexível. Uma estante vazia permite que alguns projetos sejam remanejados para um agrupamento resultante das oficinas.
Embora o uso das estantes móveis parece ideal, algo na parede parece ser indispensável, e o painel de roteiros e comentários, junto com o texto curatorial, ocuparia esse espaço.
Pensar na cor e no material com os quais será produzido o mobiliário foi uma outra questão relevante. Esses elementos criam diferenciação sem hierarquia e evitariam a “cara” das exposições de arquivo geralmente realizadas com madeira.
Até tapete foi apontado como um aparato importante na expografia, no sentido que ele torna o ambiente mais confortável além de demilitar o espaço reservado à exposição.
Uma questão que não poderíamos esquecer era de como os projetos podem estar dispostos sem que o formato original deles seja alterado. Existem projetos encadernados, em pastas, folhas, soltas, grampeados. O que mais nos preocupa são os projetos em folha solta (como mantê-los em folha solta sem prejudicá-los com o manuseio do público?), e foram citadas algumas possibilidades para eles: pastas L, clips, saquinho, pasta com elástico. A pasta L nos pareceu melhor, e para vocês?
Fizemos um segundo encontro para pensar o espaço expositivo da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos. Ligia levou Encontro com Ligia Nobre
Em quase três horas de conversa numa padaria na Rua Maranhão, em São Paulo, explicamos à Ligia os detalhes do nosso projeto e conversamos sobre como ela poderia atuar no desenvolvimento da expografia.
Além de ouvir com muita atenção às nossas colocações e dúvidas, a Ligia deu muitas sugestões, principalmente em relação às pessoas que gostaríamos de envolver no projeto. Ela sugeriu sempre trazer aquelas que estejam “a favor” do projeto, já que, por mais que a intenção seja gerar o debate — e ele normalmente ser fruto das discordâncias entre as pessoas — ele não se torna saudável se a discordância for com o próprio projeto.
Mackenzie, mas sempre manteve um forte interesse em arte. Esse interesse levou ao seu envolvimento em projetos como o Arte/cidade, bem como a criação do exo experimental, que teve um importante papel na introdução de programas de residências no Brasil e de debates interdisciplinares. Em estadias na Europa trabalhou em projetos de Carsten Höller, Boris Groys e Raqs Media Collective. Depois de longo período fora, retornou ao Brasil recentemente para, entre outros, o desenvolvimento de um projeto em São Paulo com os arquitetos Herzog&DeMeuron.
Em relação ao “exo”, que consideramos um projeto que teve importantes conquistas no pensamento interdisciplinar, explicamos a ela que, embora exista — desde a nossa proposta inicial — uma vontade de dar à exposição um caráter mais interdisicplinar, ainda não conseguimos desenvolver um módulo de palestras que tivesse essa abordagem.
De volta às características específicas da exposição, conversamos também sobre a intenção de criar um espaço dinâmico, que fosse transformado — e transformável desde a sua concepção — ao longo do período da exposição. Além dos croquis que elaboramos para o projeto inicial, levamos para ela algumas referências de como poderia ser esse espaço, como as instalações elaboradas pelo projeto “curating degree zero” e a exposição “Section 7 Books“.
No que se refere à participação dela na construção do espaço expositivo, consideramos que, como arquiteta, ela também estaria elaborando um projeto — o projeto expográfico — e assim gostaríamos também que ela falasse sobre esse projeto em um dos encontros, ou seja, encarando desde já a possibilidade de tematizar, dentro do contexto da produção de projetos, o projeto expográfico como um “projeto”. Ela já havia se interessado pela nossa proposta tanto pelo posicionamento crítico que ela identificava no projeto como pela origem dele; então a possibilidade de atuar, nesse meio, como arquiteta — posição que ela nunca chegou a exercer plenamente nessa área — a atraiu e ela disse que consideraria o convite.
Em seguida, foi a Ligia quem contou mais sobre sua trajetória. Se formou em arquitetura pelo Abertura da Temporada de Projetos 2009
Inauguração da Temporada de Projetos 2009 do Paço das Artes com a abertura das individuais de Regina Parra, Claudio Matsuno e Luciana Ohira e Sérgio Bonilha.
Após apresentação do programa Temporada de Projetos por Fernando Oliva e Priscila Arantes, representantes do Paço das Artes, Marcelo Rezende, Márcio Harum e Fernando Oliva, da equipe dos “jovens criticos”, apresentaram brevemente os trabalhos de Claudio Matsuno, Luciana Ohira e Sérgio Bonilha, e Regina Parra, respectivamente.
A situação que se formou no início dessas apresentações foi de um certo desconforto — o público manteve-se em pé, com algumas pessoas conversando em pequenos grupos, enquanto os artistas e criticos falavam, num microfone e também em pé, sobre os trabalhos e processos de trabalho. Aos poucos as pessoas foram sentando ao redor, porém bem distantes, do microfone e a situação se tornou mais cômoda e até um pouco cômica (algo que lembrou o “Fala Garoto!”, do Programa Livre do Serginho Groisman!). Foi um jeito de fazer conversa interessante. Mas o público continuou tímido, e, apesar de alguma insistência, ninguém quis perguntar nada aos artistas.
Marcelo Rezende resolveu introduzir o trabalho de Matsuno convidando o artista para uma entrevista. Matsuno falou da experiência de morar no centro da cidade de São Paulo e a maneira que a traduz no seu trabalho, bem como a incorporação do erro em seus desenhos.
Márcio Harum, por sua vez, relatou a sua visita ao atelier de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha e o passeio que fez com eles pela Sta Efigênia ao ler o texto publicado no folder da exposição. Os artistas também tiveram a oportunidade de falar sobre o trabalho que expõem no Paço das Artes, e descreveram o interesse no questionamento das afirmações da ciência.
Por último, Fernando Oliva falou sobre o desenvolvimento das pinturas de Regina Parra, artista que foi aluna dele e cujo trabalho trabalho de conclusão de curso na FAAP o teve como parte da banca. Regina Parra contou sobre o processo de elaboração das pinturas por meio de imagens de câmeras de vigilância.
Antes de encerrarem o “bate-papo”, a Christiana Moraes e a Maralice Camillo, do núcleo educativo, se apresentaram e convidaram todos para uma conversa com os artistas e o educativo dentro do “Projeto Portfólio”, que é uma ação do educativo do Paço.
A abertura da Temporada de Projetos continuou com pequenas conversas, petit four, patê, coca zero, coca normal e água.
Foi lá também que tivemos o prazer de conhecer a Ligia Nobre e ter uma breve conversa com ela sobre a Temporada de Projetos na Temporada de Projetos e de como “incluir as ausências” — termo sugerido pela próprio Ligia —, ou seja, como incluir na exposição os artistas que recusaram participar e aqueles que ainda não se manifestaram.
Encontramos também dois amigos que passaram na frente do Paço das Artes naquela noite e resolveram entrar e ficar para a abertura. O mais curioso é que eles, que não são da área de artes, se descreveram como “penetras”, como se o evento fosse restrito à comunidade ou somente para convidados.
Alguns convidados ainda seguiriam para a Galeria Leme, onde ocorria a abertura da individual do Marcelo Moscheta.