Posts com a tag "workshop"

em: 16/09/2009

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realização

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Universidade de projetos

Dentro daquilo que estamos chamando de “Atividades de apoio”, desenvolvemos um programa de encontros que pretende criar um espaço para a reflexão sobre a idéia de “projeto” em diversas áreas do conhecimento, pois um importante fator que consideramos desde o início da proposta da exposição é a interdisciplinaridade que ela permite. Some-se a ele o fato de o Paço das Artes estar dentro da USP, ainda que curiosamente bastante distante dela, e configura-se uma preocupação que gostaríamos de abordar, numa tentativa de estreitar os laços do Paço com a comunidade da USP e da comunidade da USP com ele. A idéia então é convidar docentes de várias unidades da USP para estabelecerem relações entre o tema da exposição e suas respectivas áreas de pesquisa em pequenos encontros que vão ocorrer ao longo da exposição. Acreditamos que esse estreitamento seria benéfico não só para oxigenar os debates específicos que ocorrem dentro da área de artes visuais (ao apresentar, por exemplo, como se lida com a elaboração de projetos em outras áreas), mas também, no sentido inverso, esclarecer alguns modelos das artes visuais para as outras áreas (por exemplo, desvelar o fato de que, ao contrário do que se costuma pensar, muitos artistas operam hoje de modo muito similar ao do trabalho em outras área do conhecimento). Até o momento convidamos os seguintes docentes (alguns ainda sem confirmação):
  • Hernan Chaimovich – Química
  • André Motta – História/Medicina
  • Clice Mazzilli – FAU
  • Fábio Kon – IME
  • Fernando Iazetta – Música
  • Marina Nielsen/ Marcelo Munhoz – Física
  • João Frayze-Pereira – Psicologia
  • Laerte Sznelwar – POLI
  • Celso Favaretto – Educação
  • Regina Markus – Biologia
em: 17/08/2009

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encontro

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Encontro com Luisa Duarte

Nos encontramos hoje com Luisa Duarte para definirmos melhor como será a participação dela na Temporada de Projetos na Temporada de Projeots. Ela é uma das convidadas a ministrar um workshop dentro do ciclo de workshops que lidam com análise e elaboração de projetos.

Contamos um pouco como será a exposição e também a natureza do nosso convite. Em especial, comentamos sobre uma espécie de dificuldade que tem nos surpreendido que é a reação à liberdade que oferecemos aos convidados para ministrar palestras e workshops. Temos deixado claro para todos os convidados a liberdade para desenvolverem as atividades da maneira que mais lhes convenha (ou seja, que tenha mais ressonância com seus interesses, suas pesquisas, seus modos de atuar, etc), temos em alguma medida até incentivando experimentações dentro dos formatos mais convencionais (de palestras e workshops). Imaginávamos que essa liberdade aumentaria o interesse no convidado em desenvolver a atividade, no entanto, a reação surpreendente é que ela acaba gerando uma reação reticente, de afastamento ou desconforto. Não temos como saber exatamente os motivos que levam a essa reação, e uma elaboração maior mereceriam um outro post, mas talvez podem passar por: o fato dessa liberdade pressupor um envolvimento e responsabilidades maiores, uma sensação dos convidados de falta de definição de qual é exatamente o nosso convite, medo de experimentar outros formatos (principalmente por eles poderem não funcionar), desinteresse em envolver-se, etc.

Ao contrário dessa reação, Luisa Duarte foi muito prática e já sugeriu, pelo menos em esboço, como lhe interessaria fazer o workshop. Já tendo participado de situações semelhantes de análise de projetos, ela comentou sobre a dificuldade de estabelecer parâmetros para falar sobre os projetos nessas situações. Além disso, apontou a situação comum na qual quem ministra o workshop se depara pela primeira vez com o projeto minutos antes de que já se espere dele uma reação crítica e analítica muito mais profunda do que é possível fazer nesse tempo tão curto. Isso acaba gerando frustração tanto em quem ministra o workshop quanto em quem participa, pois a expectativa de um determinado retorno nem sempre é correspondida.

Para lidar com essas dificuldades, ela sugeriu que o workshop contasse com artistas convidados por ela para apresentarem projetos (ou mesmo que ela apresentasse projetos deles). O primeiro benefício seria, levando em consideração que ela convidaria artistas/projetos com os quais tem mais familiaridade e vem acompanhando a trajetória, que o tempo curto de reação a uma proposta seria minimizado. Além disso, a apresentação destes projetos facilitaria o estabelecimento de parâmetros a partir do qual seria possível discutir com os projetos dos outros participantes do workshop.

Ela também deu importância que as atividades que estamos propondo sejam documentadas, e no caso dos workshops a melhor maneira de registrá-los seria por meio de um relato, já que um registro em vídeo ou áudio de um evento como esse (mais informal do que uma palestra) pode torná-lo inacessível a quem não estava presente.

em: 22/07/2009

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Encontro com Fernando Oliva

Fomos ao Centro Cultural São Paulo para conversar com um dos convidados para ministrar uma das oficina de elaboração de projetos, Fernando Oliva. Já havíamos conversado rapidamente antes sobre algumas possibilidades de formatos para a oficina, mas Oliva achou melhor pensar mais calmamente para poder definir como gostaria de fazer a sua (vale lembrar que Oliva trabalhava no Paço até o início deste ano). Por isso, dessa vez quisemos esclarecer e definir alguns pontos. Qual o tipo de atividade que seria realizada? Apesar de ser uma oficina voltada para a elaboração de projetos, existem muitas possibilidades de abordagem, tanto práticas quanto teóricas: análise de projetos prontos, desenvolvimentos de projetos específicos, exploração e discussão de estratégias de apresentação, etc. A partir de uma experiência recente no Centro Cultural da Espanha, sugerimos ao Oliva a realização de uma oficina bastante prática, com o objetivo claro de que cada participante elabore um projeto. Como ela se desenvolverá? Segundo Oliva, o tempo que reservamos para a oficina (que ocorreria em apenas um encontro de aproximadamente três horas) é insuficiente para que um trabalho desse tipo seja realizado. Ele sugeriu então que acontecesse um encontro inicial com os participantes no qual seria iniciada a atividade a ser desenvolvida para a oficina e também indicada bibliografia (a possibilidade desse encontro ocorrer no Paço das Artes em Setembro, um mês antes da abertura da exposição, já foi avaliada e deferida). A partir desse encontro ocorreria um acompanhamento (via internet, por email) que culminaria em um encontro presencial (já após o início da exposição, na data inicialmente reservada para a oficina) no qual os projetos seriam apresentados e discutidos coletivamente. Qual o destino do projeto? Também a partir da experiência no Centro Cultural Espanha, levantamos que é muito mais interessante (e fácil) elaborar um projeto para um destino específico (seja ele um edital, um espaço, situação, etc) do que um projeto ‘hipotético’, que não tenha um fim claro. Depois de considerarmos possíveis implicações, nos pareceu que o próprio “Edital Temporada de Projetos” do Paço poderia ser o destino, já que é a atividade ocorre ali dentro e seu resultado seria de interesse para a instituição. Qual o ‘público-alvo’ da oficina? Artistas. Já que se trata de uma oficina de elaboração de projetos, existiria a possibilidade de abrir a chamada para curadores também, mas achamos mais produtivo manter um foco mais estreito e trabalhar somente em projetos de artistas. Como fazer a seleção dos participantes? Desde o primeiro momento consideramos um número bastante reduzido de participantes, para que a oficina seja mais bem sucedida. O procedimento ideal seria então divulgá-la abertamente assim que possível para que possamos receber (via formulário na internet) cartas de intenção, a partir das quais Oliva, com nossa ajuda, selecionará os participantes. Em breve disponibilizaremos mais informações sobre a oficina.
em: 22/05/2009

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Encontro com Cauê Alves

Fomos na Rua Maria Antonia nos encontrar com o crítico, curador, e professor Cauê Alves para esclarecer a ele como gostaríamos que ele orientasse o workshop de curadoria que planejamos para a Temporada de Projetos na Temporada de Projetos. Além fazer parte da equipe de jovens críticos da Temporada de Projetos 2009 (acompanha o artista Maurício Ianês), o Cauê Alves foi também júri de inúmeras seleções em editais e salões de arte (inclusive no Paço das Artes, onde também participou de pré-seleções). Ele entendeu muito rapidamente nossas intenções com a exposição, que não é uma exposição sobre “salão dos recusados”, “inclusão de todos”, ou “crítica institucional”, o que segundo ele já foi feito muito por artistas principalmente nos anos 70, e sim sobre projetos artísticos e reflexões sobre o que é curadoria e processo de seleção. Inclusive, quando sugerimos que por meio da exposição o público, tendo uma maior variedade de  ’opções’, poderia fazer sua própria curadoria ao selecionar o que quer ver, o Cauê Alves contestou: “Curar é diferente de selecionar. Você não pode ir até o supermercado, escolher alguns produtos e dizer que você está fazendo uma curadoria!”, apontando para uma banalização crescente do conceito de curadoria, “toda curadoria envolve seleção, mas nem toda seleção envolve curadoria”, já que uma curadoria envolve ainda conhecimento, pesquisa, proposta, projeto, acompanhamento… Ele comentou como funcionavam as JACs (Jovem Arte Contemporânea), levadas a cabo por Walter Zanini nos anos 70 no MAC (Museu de Arte Contemporânea), para as quais não havia critério de seleção, os inscritos eram selecionados por sorteio. Segundo Cauê Alves, Zanini dizia que não havia critérios de seleção suficientes para dar conta das inscrições, ou seja, seria impossível escolher entre os inscritos e o sorteio era a única forma possível de fazê-lo. Ele mencionou um trabalho de Genilson Soares no qual ele selecionava todos os inscritos para o sorteio. De qualquer modo, durante a nossa conversa ficou claro que o nosso interesse não são as “utopias de inclusão” (como colocou Alves), e sim um uma reflexão sobre mecanismos de produção e também de curadoria. Ele se interessou bastante pelos formatos que estamos propondo que, segundo ele, se assemelhariam a uma espécie de ‘grande congresso’ sobre arte. Mais especificamente em relação aos workshops, ele fez uma colocação muito instigante que foi a possibilidade de aceitar também projetos de curadoria nos workshops de projetos, algo que não nos tinha ocorrido antes.
" Você não pode ir até o supermercado, escolher alguns produtos e dizer que você está fazendo uma curadoria!"

"Você não pode ir até o supermercado, escolher alguns produtos e dizer que você está fazendo uma curadoria!"

Ele também nos alertou para o “método” de inscrição nos workshops, afirmando que quando a atividade oferecida é gratuita, muita gente se inscreve mas não comparece no dia, e assim, seria interessante elaborar estratégias para garantir o comprometimento de quem se inscrever, e sugeriu a criação de uma lista de espera e talvez um período curto para as inscrições; mesmo que ele tenha compartilhado uma dúvida se realmente um workshop de curadoria atrairia muito interesse, que nós dissemos acreditar que sim por acreditarmos (e conhecermos) jovens curadores que se interessariam. Atônito, ele exclamou que ele era um “jovem curador”! Pensamos com o Cauê Alves um workshop de duração de dois dias, e 3 horas cada dia, em que os participantes terão a possibilidade de entrar em contato e compreender algumas das características da realização de uma curadoria na condição de jurado de projetos. As experiências anteriores dele em seleção proveriam o conhecimento prático para analisar os projetos, até mesmo de um ponto de vista mais “institucional”, já que, segundo ele, existe um equilíbrio entre uma descrição muito genérica e uma muito específica de um projeto, um certo “nível de projetualidade”; o primeiro caracterizando um pedido de “carta branca” para a atuação do artista e o segundo uma apresentação que não configura de fato um projeto, mas sim algo já muito mais determinado do que o que se esperaria de um. Uma possibilidade discutida para o formato é que os participantes sejam colocados na posição de júri, visando a reflexão e a prática da atividade julgadora e curatorial pela vivência desse processo, utilizando os projetos da exposição como material bruto, e de origem real, a ser trabalhado. Uma dinâmica possível, que ele próprio já vivenciou, é dividir os projetos entre os participantes para que eles os analisem separadamente e depois façam pequenas apresentações sobre o que leram, algo comum em seleções por júris coletivos. Essa dinâmica poderia ser precedida por uma prática coletiva na qual seria feito uma espécie de “estudo de caso”, com um projeto-modelo, permitindo assim uma maior clareza e autonomia num segundo momento no qual os outros projetos todos são analisados individualmente pelos participantes. Uma outra coisa que contamos para o Cauê Alves foi sobre a nossa tentativa de realizar no subsolo do Paço das Artes um encontro com os artistas inscritos no Edital do Paço das Artes, e portanto convidados a exporem seus projetos, para esclarecer aos interessados detalhes da proposta da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos.  Pedido no começo do ano, esse encontro não foi autorizado pela equipe de produção do Paço das Artes e não foi realizado.
em: 27/02/2009

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Encontro com Paula Alzugaray

A crítica de arte e pesquisadora Paula Alzugaray tinha acabado de chegar em Paris, onde está realizando um estágio no centro de novas mídias do Centre Pompidou, e combinamos de almoçar com ela. A Paula foi uma das juradas do Edital Temporada de Projetos 2009 e também foi uma das pessoas que indicamos, no projeto inicial, para orientar um dos workshops da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos. No café do Pompidou, conversamos sobre o andamento do projeto e como pensávamos a atuação dela na orientação do workshop de elaboração de projetos. O mais marcante foi a reação dela ao saber que muitas pessoas estavam decidindo não participar da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos por acreditarem que seus projetos não tinham o nível de qualidade que elas próprias gostariam. Conforme nós mesmos já havíamos nos perguntado, a Paula levantou então a intrigante questão: por que enviar um projeto desses para ser avaliado por um júri certamente bastante crítico e composto por profissionais da área — para o qual imaginaria-se que o artista teria o interesse de mostrar o melhor de seu trabalho —, mas não deixar que o mesmo projeto fosse mostrado para o público do Paço? Sobre a participação dela, esclarecemos que seria mais interessante se ela conversasse com os participantes sobre a elaboração de projetos e trabalhos, não fazendo do workshop somente uma avaliação de como os projetos são apresentados, ou seja, uma discussão de conceitos dos trabalhos em si e não da formatação dos projetos. Ela própria levantou que o fato de ter sido uma das juradas da seleção poderia ser uma possível fonte de problemas na medida em que daria margem para que algum participante encarasse o workshop como uma oportunidade para tirar satisfações sobre a seleção, o que realmente não é o intuito do workshop. Por isso, permaneceu em aberto a possibilidade de restringir os projetos participantes no workshop somente a aqueles que não tenham sido enviados à Temporada de Projetos do Paço. A Paula também nos avisou de uma exposição recem inaugurada no Pompidou: “Vides” (“vazios”), que trata de exposições vazias propostas por diversos artistas. Veja o texto da própria Paula sobre a exposição para a revista Istoé.
Fotografia de uma das salas vazias do Centre Pompidou, para a exposição retrospectiva "Vides", composta apenas por salas vazias

Fotografia de uma das salas vazias do Centre Pompidou, para a exposição retrospectiva "Vides", composta apenas por salas vazias