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Biblioteca com o “Oxford Dictionary”

sexta-feira, março 20th, 2009

Fiz uma visita à biblioteca da FFLCH. A seção de livros de referência é muito rica e contém o lendário dicionário Oxford. São nada menos que vinte volumes, ocupando quase duas prateleiras inteiras, um verdadeiro monstro dos dicionários.

A intenção era buscar, em alguns verbetes de palavras pré-selecionados, as frases utilizadas como exemplo de utilização das palavras para depois utilizá-las no Google Tradutor. Essas frases de exemplos, muito comuns vários outros dicionários, tem uma história muito próprio no caso do dicionário Oxford, cujo objetivo é mapear a utilização da palavra na literatura através dos anos. Por exemplo, no verbete de vigilante encontra-se:

1. orig. U.S. A member of a vigilance committee. Also transf. and attrib.
1856 C. Nordhoff Man-of-War Life xv. 255 The second day after the expiration of their liberty, notice was given the vigilantes, ashore, that five dollars reward would be paid for every man of the crew rendered on board.  1865 A. D. Richardson Beyond Mississippi (1867) 487 The power [in Montana] is vested in the ‘Vigilantes’, a secret tribunal of citizens, organized before civil laws were framed.  1883 Cent. Mag. XXIX. 194/2 An old-time Virginia City vigilante.  1888 Pall Mall G. 4 Sept. 7/2 Forty well-armed vigilantes surrounded the camp and sent in a committee+to demand the surrender of the thieves.  1890 N. P. Langford Vigilante Days i. xiv. 181 In the name of Vigilante justice [some men] committed crimes which+were wholly indefensible.  1918 G. Frankau One of Them xxiv. 185 Shall Muses condescend to gutter-trilling; Or Pegasus, whose tail the strap~hitched star tickles, Feed like a cow-hocked yellow Rosinante In Grecian mangers of a Vigilante?  1939 Joyce Finnegans Wake 78 What vigilantes and ridings then.  1948 Daily Tel. 22 May 3/6 The Advertising Association is asking 24 advertising clubs+to form a ‘vigilantes’ committee to report cases of advertising+of a doubtful+nature.  1959 Times 22 Oct. 8/2 An appeal by Nottingham ‘vigilantes’—a group of businessmen—for an inquiry into the city’s Labour-controlled administration has been rejected.  1980 Sunday Times 24 Aug. 2/3 But the critical officers say that if normal police cover is continually reduced+there is a danger+that could lead to highly undesirable vigilante activity.  1984 S. Townsend Growing Pains A. Mole 42, I offered to set up a vigilante group but my father said that anyone who has carried an old mattress 300 yards in the dark is not going to be put off dumping it by a gaggle of spotty schoolboys.

2. A night-watchman.
1899 F. T. Bullen Log Sea-waif 78 We+found a big jug of water, which Zeke carefully poured upon the head of the muttering vigilante.

Hence vigi”lantism (orig. U.S.), the principles or activities of vigilantes or vigilance committees.
1937 Sun (Baltimore) 27 Sept. 2/7 A public investigation of ‘vigilantism’ in strike areas was announced today through the American League Against War and Fascism.  1942 W. Stegner Mormon Country 96 Perhaps even those incidents were purely unofficial and spontaneous acts of devout Mormons, the Mormon equivalent of lynch law and vigilantism.  1953 Economist 19 Sept. 775/3 In the United States, neither private vigilantism nor the government seems prepared to treat a favourable verdict as final.  1979 Times 6 Dec. 3/1 Africa was confronted, he said, with a choice between a system of collective security and a system of international vigilantism.  1985 Listener 10 Jan. 9/1 The one genuine, spontaneous popular institution in the West was vigilantism.

Isso é o que justifica o meu interesse em utilizá-las para o “One & Three Words”.

Como os verbetes são muito extensos e não teria tempo de lê-los com calma e nem copiá-los a mão um por um, resolvi levar uma câmera e, de novo, protegido pela lei Lei 9.610 (que mencionei antes), fotografar aqueles verbetes que me interessassem. O detalhe é que, como são vinte volumes, tive que passar por isso entre as estantes da biblioteca. Não tardou para que eu fosse interpelado.

Primeiro por uma segurança que me alertou que era proibido fotografar exemplares da biblioteca. Eu não entendi (e continuo sem entender) o porquê, mas ela me exigiu uma autorização de uma bibliotecária. Segui com ela para uma das mesas e expliquei a situação à bibliotecária, que me concedeu a tal autorização verbalmente.

Segui o trabalho para, pouco tempo depois, ser abordado por uma outra bibliotecária. Muito gentilmente ela me pediu que eu realizasse as fotos num outro ambiente, a sala de materiais, sob a alegação de que se eu continuasse fazendo as fotos ali, às vistas de todos, poderia encorajar outros a fazerem o mesmo (porque isso seria um problema ainda me é um mistério, afinal qual a diferença de fotografar um livro e xerocá-lo, algo muito comum naquela biblioteca que, inclusive, conta com um quisque de xerox no seu interior). Enfim, quando expliquei que o objeto das fotos era o Oxford, de vinte volumes, ela entendeu que não era tão simples. A solução, longe da ideal, foi colocar todos os vinte volumes em um carrinho e levá-lo à tal sala. Coisa que, no fim, facilitou o meu trabalho, já que pude terminá-lo sentado numa mesa, onde podia apoiar com mais facilidade os volumes do dicionário.

Consulta ao Oxford Dictionary

Foram dezoito verbetes fotografados em um pouco menos de duas horas de pesquisa e leitura. O trabalho agora continua com a verificação das traduções realizadas pelo Google Tradutor das frases-exemplo encontradas nos verbetes.

Biblioteca do British Council

terça-feira, março 10th, 2009

Logo que saí do encontro com a coordenadora pedagógica da Cultura Inglesa passei na biblioteca do British Council para tentar conversar com a responsável. O espaço já havia me interessado desde a minha visita anterior e de uma conversa imaginei que poderiam vir frutos.

Conversei com a Ana Mattos e expliquei novamente o projeto, mais ou menos da mesma forma que havia feito há pouco para a Lizika. Foi interessante ver a reação dela, já que havia também estudado na unidade da Cultura Inglesa de Pinheiros, à qual me refiri no projeto inicial para a projeção da intervenção com os trípticos, ela compartilhou comigo a estranha relação de indiferença que os alunos estabelecem com a decoração das unidades. Além disso, como comentarei a seguir, ela pareceu bastante sintonizada com a idéia de ativar os espaços das unidades e da exposição.

Depois de falar sobre o projeto, comentei sobre a minha preocupação de que o seção dentro do espaço expositivo com a mesa, computador e livros se tornasse muito mais um cenário do que um lugar ativo, onde o contato com a proposta do trabalho seria levada à cabo. Falei também sobre como esse espaço é uma espécie de simulação de um espaço de biblioteca e, de fato, a do British Council possui os mesmos elementos que previ para esse espaço (mesas, computadores com internet e livros). Daí o meu desejo de estabelecer com a biblioteca uma relação mais próxima entre a proposta para essa seção da galeria e a biblioteca, levando em consideração que ela já existe com função similar a desse espaço.

Inicialmente pensei que os livros poderiam transitar entre os dois espaços, criando uma interação entre eles. Me interessaria também estabelecer outros fluxos ligados à biblioteca, abrindo o trabalho a esse outro espaço, que permite um acesso muito mais amplo à referências muito mais variadas do que seria possível dentro da galeria. Além disso, o próprio público poder estabelecer uma relação com a biblioteca, saber que ela existe, como ela existe e como funciona, seria algo interessante por si só.

Ela me questionou sobre como eu pretendia monitorar esse espaço com os livros e computador, ao que respondi que tenho a intenção de permanecer nele para que eu mesmo seja um agente de ativação. Mas também expus o fato de que ainda tenho receio de que a minha presença pode vir a inibir a utilização do espaço por outros; algo que só poderei descobrir durante o processo.

Quando falou sobre a missão da biblioteca, a Ana esclareceu algo que idealmente deveria ser a missão de qualquer biblioteca: estar aberta para o público e permitir que ele interaja com o seu equipamento e acervo (algo que, infelizmente, não acontece em muitas bibliotecas). Ela também frisou que acredita que a ativação do espaço e a abertura de exploração que procuro com “One & Three Words” cabe muito bem com a proposta da biblioteca que, segundo ela, é um lugar com o qual qualquer pessoa pode estabelecer uma ligação, onde a gama de interesses contempláveis é muito grande. Enfim, deixou claro ainda que a utilização e contato do material da biblioteca é o que eles esperam do público.

Mais ainda, ela comentou que existe a possibilidade de eventos acontecerem na própria biblioteca, desde que eles não interfiram no cronograma e horários dela. Acontecem uma série de atividades na biblioteca, que é fechada para alguns eventos como a projeção de filmes e a apresentação de palestras com informações sobre educação no Reino Unido, todas informações disponíveis no calendário da biblioteca e também no site corporativo do British Council.

A efetivação de uma colaboração com a biblioteca me parece um ponto fundamental para a potencialização das propostas do trabalho e, mais ainda — por que não? — que também pode potencializar o espaço da biblioteca em si.