Itaim

25/03/2009

Planejava visitar a unidade do Itaim ontem, mas meu atraso e a distância muito maior do que o previsto adiaram a visita para hoje.

O mesmo ônibus de ontem me levou, dessa vez muito mais rapidamente, ao coraçnao do Itaim, quase na esquina da Faria Lima com a Juscelino Kubitschek.

Certamente a primeira impressão — e também a mais marcante — é que essa unidade está dentro de um canteiro de obras. No terreno ao lado, ou melhor, ao redor, está sendo construído um grande prédio (daqueles típicos da “nova” Faria Lima).

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Foto de satélite do Google Maps da região da unidade Itaim, assinalada em vermelho.

Eventualmente, o prédio em construção ocupará a Cultura Inglesa, que, conforme orgulhosamente anunciam cartazes espalhados pela unidade, se muda em breve para um novo endereço ao lado, também em construção.

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Cartaz mostrando como será a nova unidade do Itaim.

Tudo isso é uma pena, pois essa unidade está numa antiga casa da região. Um sobrado de dois andares com cara de residência construída há muito tempo, hoje completamente descolado da realidade dos entornos, mas mantendo um certo charme e também um histórico arquitetônico da cidade — muitos detalhes nas portas e portões em ferro trabalhado e até, na escadaria principal, um grande vitral.

Além do prédio principal há uma edícula atrás, onde estão algumas salas de aula e, anexa, a lanchonete. Um grande salão na entrada, chamado de “Espaço Cultura Inglesa”, ainda tem nada menos que uma lareira!

Como na unidade Santo Amaro, a do Itaim não possuia uma quantidade excepcional de quadros e em uma hora pude fotografá-los e catalogá-los todos.

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Fotografias dos quadros decorativos da unidade Itaim.

Santo Amaro

24/03/2009

Inocentemente achei que a unidade Santo Amaro era mais próxima.
Já no ônibus o cobrador me avisou que era longe, muito longe. Mais de uma hora, disse ele. Esperei.

Acabei chegando muito mais tarde do que esperava, o que se propagou para o cancelamento de minha visita à unidade do Itaim, que planejava para hoje também.

Outro pequeno inconveniente é que a unidade estava um pouco cheia, o que dificultou um pouco a tomada das fotos, que tento ao máximo que não incluam pessoas para que suas imagens acabem em lugares que elas nem imaginam.

De qualquer forma, das que visitei até o momento, essa unidade é a de arquitetura mais fotogênica, toda azulada, com uma grande escadaria central e um teto translúcido, o que facilitou um pouco o meu trabalho. Além disso, a medição dos quadros foi bem facilitada por não serem em grande número nem estarem muito inacessíveis. Todos os quadros da unidade estão presos à parede por dois pregos.

Veja as fotos.

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Fotografias dos quadros decorativos da unidade Santo Amaro

Blog no ar

23/03/2009

Finalmente este blog está no ar!

Vou colocando os textos que escrevi nos últimos dias sobre tudo que se passou. A dificuldade de mantê-lo atualizado já existia mesmo antes dele existir! Vamos ver se, agora que está aqui, será mais fácil fazer as entradas dia a dia.

Busca frases do Oxford Dictionary

21/03/2009

Depois de encontradas as frases, passei a verificar como seria a tradução delas no Google.

O problema é que a grande maioria é muito complicada para o Tradutor. Ainda que a tradução seja louvável, considerando que foi realizada por uma máquina, a quantidade de passagens incompreensíveis é muito grande e introduz um número muito grande de distrações para o meu propósito (que é chamar a atenção somente à tradução de uma palavra).

Um exemplo. No verbete de “alumnus”, uma das muitas frases de exemplo é:

Tuesday was alumni day at Yale, when hundreds of old graduates gathered in alumni hall.

que, traduzida pelo Google se torna:

Ter. foi alumni dia em Yale, quando centenas de antigos alunos diplomados reunidos no corredor.

O maior problema ocorre, como no exemplo, na construção correta das flexões e tempos verbais, mas também não são raros problemas de concordância em número e gênero.

Um outro exemplo. No verbete de “carton”, uma das frases de exemplo é:

Transparent yoghurt cartons.

Apesar de ser muito simples, veja a tradução oferecida pelo Google:

Transparente iogurte cartões.

Que não só contém os falsos cognatos cartons-cartões, mas também é apresentada na ordem incorreta beirando a impossibilidade de compreensão do original.

Acontece que, ao contrário do que o último exemplo possa ter deixado a entender, o tradução do Google é bastante ‘sensível’ ao contexto. Veja por exempo a diferença entre traduzir:

College is hard.

e traduzir:

So young and already going to college.

Perceba que a palavra “college” é traduzida de duas maneiras diferentes. A maior dificuldade é entender o porquê dessas diferenças e lidar com elas.

No presente caso, interessou então buscar variações das frases do Oxford que fossem traduzidas corretamente, exceto pelas palavras que se tentava explorar como falsos cognatos. Mesmo assim, para minha frustração, com algumas palavras isso foi simplesmente impossível, o que me levou a criar frases específicas para algumas palavras.

Veja mais dois exemplos e modificações de frases encontradas no Oxford.

ADEPT:
A frase original do Oxford:

The greatest adepts abandoning the effort in despair.

se tornou:

Even the adepts are abandoning the effort.

CAFETERIA:
A original:

Breakfast and lunch are served cafeteria style in Hall

se tornou primeiro:

Breakfast and lunch are served cafeteria

mas depois foi convertida para:

Lunch is served in the cafeteria.

Mesmo assim, me pareceu meio sem graça. Parti então para uma outra frase, que era originalmente:

Every one knows by this time that a cafeteria is a ‘help yourself’ restaurant.

e acabou se tornando:

Everyone knows that a cafeteria is a self-service restaurant.

Perguntas na entrevista

20/03/2009

A entrevista com Nora Ferreira, que havia comentado antes, aconteceu hoje, conforme agendado, pontualmente às 15 horas.

Novamente expliquei o projeto desde o início. A diferença dessa vez foi um certo enfoque, dado pela condução da Nora, à minha formação. Comecei explicando o embasamento conceitual do projeto (ligado à restrição do próprio Festival de que os projetos devam usar um dado da cultura Inglesa como referência), motivo pelo qual falei um pouco do Art & Language e do Joseph Kosuth. Em retrospecto acho que fui um pouco confuso, muitas vezes por relacionar pontos distantes da minha fala causados por desvios de pensamento que achei necessários; de qualquer forma a Nora se disse contente e que o conceito estava bem resolvido.

Ela me indicou algumas referências interessantes, principalmente um texto do Matthew Shirts no qual ele discute a tradução de “artista plástico” por “plastic artist”. Eu não consegui encontrar o original, publicado em fevereiro de 2004, mas encontrei uma menção no site da Associação Profissional dos Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais do Estado de São Paulo, num boletim de 2004. Além desse, Nora ainda comentou sobre um causo ocorrido com colegas dela no qual a tradução de “actually” acabou virando “atualmente” (ao invés de “na realidade” ou algo similar). Finalmente, me colocou a par da existência de um levantamento do próprio British Council que mostra que a maioria dos falantes do inglês não é composta por nativos, ou seja, usam o inglês como segunda língua. Algo que eu já tinha recebido de outras fontes, mas não tão confiáveis como o British Council (eu não consegui encontrar o estudo na internet).

Finalmente ela quis saber exatamente o que estaria no espaço expositivo. Eu já havia lhe dito que as idéias sobre como utilizar esse espaço estavam mudando e dependeriam de algumas definições. Mesmo assim, tentei explicar que, provavelmente, tratará de uma documentação de todo o processo da obra: as intervenções nas unidades, as conversas (como a que estava tendo com ela), as atividades com os alunos, etc. Mas ela, até compreensivelmente, não se satisfez com a inexatidão da palavra “documentação” que, segundo ela, é muito vaga para descrever o conteúdo do espaço expositivo.

Acho que a insatisfação da Nora surgiu também em função da minha dificuldade de explicar o que *é* o trabalho. Acho que em grande parte, e isso eu comentei com a Nora, a maior dificuldade é  localizá-lo com exatidão. Os trípticos são o trabalho? As intervenções nas unidades são o trabalho? As atividades com os professores são o trabalho? Talvez tudo seja. A verdade é que eu mesmo não tenho essa preocupação em localizá-lo precisamente, vejo-o muito mais como um corpo amorfo, onde sempre haverá portes mais vagas, em transformação, que se confundem entre si e com outras coisas. E isso faz parte do projeto, que deverá ter indefinições até o fim de todo o processo.

Depois da conversa com a Nora, numa conversa com a Luiza Proença, ela sugeriu a expressão “campo de relações” para abarcar o conceito do que é o trabalho; um campo amplo onde relações entre coisas e pessoas vai se estabelecendo e resultando em alguns produtos. Nesse caso o importante seria o campo em si e não os produtos gerados. Ela ainda me referiu a uma entrevista da artista francesa Sophie Calle na qual ela comenta algo muito curioso sobre as entrevistas que concede. A entrevista completa só pode ser acessada por assinates da Folha ou do UOL, infelizmente, mas reproduzo aqui a parte que toca no assunto da entrevista:

FOLHA – Ouvi dizer que você prepara um projeto usando o que os jornalistas escrevem a seu respeito…
CALLE – As entrevistas sempre dão margem a mal-entendidos. Volta e meia encontro erros ou frases fora de contexto. Às vezes, algo que nunca fiz é atribuído como projeto meu… Então, o que me interessa é um dia fazer tudo o que disseram que eu fiz. Agora, em vez de me irritar quando encontro um erro, esfrego as mãos e digo: “Ah ha!”.

Biblioteca com o “Oxford Dictionary”

20/03/2009

Fiz uma visita à biblioteca da FFLCH. A seção de livros de referência é muito rica e contém o lendário dicionário Oxford. São nada menos que vinte volumes, ocupando quase duas prateleiras inteiras, um verdadeiro monstro dos dicionários.

A intenção era buscar, em alguns verbetes de palavras pré-selecionados, as frases utilizadas como exemplo de utilização das palavras para depois utilizá-las no Google Tradutor. Essas frases de exemplos, muito comuns vários outros dicionários, tem uma história muito próprio no caso do dicionário Oxford, cujo objetivo é mapear a utilização da palavra na literatura através dos anos. Por exemplo, no verbete de vigilante encontra-se:

1. orig. U.S. A member of a vigilance committee. Also transf. and attrib.
1856 C. Nordhoff Man-of-War Life xv. 255 The second day after the expiration of their liberty, notice was given the vigilantes, ashore, that five dollars reward would be paid for every man of the crew rendered on board.  1865 A. D. Richardson Beyond Mississippi (1867) 487 The power [in Montana] is vested in the ‘Vigilantes’, a secret tribunal of citizens, organized before civil laws were framed.  1883 Cent. Mag. XXIX. 194/2 An old-time Virginia City vigilante.  1888 Pall Mall G. 4 Sept. 7/2 Forty well-armed vigilantes surrounded the camp and sent in a committee+to demand the surrender of the thieves.  1890 N. P. Langford Vigilante Days i. xiv. 181 In the name of Vigilante justice [some men] committed crimes which+were wholly indefensible.  1918 G. Frankau One of Them xxiv. 185 Shall Muses condescend to gutter-trilling; Or Pegasus, whose tail the strap~hitched star tickles, Feed like a cow-hocked yellow Rosinante In Grecian mangers of a Vigilante?  1939 Joyce Finnegans Wake 78 What vigilantes and ridings then.  1948 Daily Tel. 22 May 3/6 The Advertising Association is asking 24 advertising clubs+to form a ‘vigilantes’ committee to report cases of advertising+of a doubtful+nature.  1959 Times 22 Oct. 8/2 An appeal by Nottingham ‘vigilantes’—a group of businessmen—for an inquiry into the city’s Labour-controlled administration has been rejected.  1980 Sunday Times 24 Aug. 2/3 But the critical officers say that if normal police cover is continually reduced+there is a danger+that could lead to highly undesirable vigilante activity.  1984 S. Townsend Growing Pains A. Mole 42, I offered to set up a vigilante group but my father said that anyone who has carried an old mattress 300 yards in the dark is not going to be put off dumping it by a gaggle of spotty schoolboys.

2. A night-watchman.
1899 F. T. Bullen Log Sea-waif 78 We+found a big jug of water, which Zeke carefully poured upon the head of the muttering vigilante.

Hence vigi”lantism (orig. U.S.), the principles or activities of vigilantes or vigilance committees.
1937 Sun (Baltimore) 27 Sept. 2/7 A public investigation of ‘vigilantism’ in strike areas was announced today through the American League Against War and Fascism.  1942 W. Stegner Mormon Country 96 Perhaps even those incidents were purely unofficial and spontaneous acts of devout Mormons, the Mormon equivalent of lynch law and vigilantism.  1953 Economist 19 Sept. 775/3 In the United States, neither private vigilantism nor the government seems prepared to treat a favourable verdict as final.  1979 Times 6 Dec. 3/1 Africa was confronted, he said, with a choice between a system of collective security and a system of international vigilantism.  1985 Listener 10 Jan. 9/1 The one genuine, spontaneous popular institution in the West was vigilantism.

Isso é o que justifica o meu interesse em utilizá-las para o “One & Three Words”.

Como os verbetes são muito extensos e não teria tempo de lê-los com calma e nem copiá-los a mão um por um, resolvi levar uma câmera e, de novo, protegido pela lei Lei 9.610 (que mencionei antes), fotografar aqueles verbetes que me interessassem. O detalhe é que, como são vinte volumes, tive que passar por isso entre as estantes da biblioteca. Não tardou para que eu fosse interpelado.

Primeiro por uma segurança que me alertou que era proibido fotografar exemplares da biblioteca. Eu não entendi (e continuo sem entender) o porquê, mas ela me exigiu uma autorização de uma bibliotecária. Segui com ela para uma das mesas e expliquei a situação à bibliotecária, que me concedeu a tal autorização verbalmente.

Segui o trabalho para, pouco tempo depois, ser abordado por uma outra bibliotecária. Muito gentilmente ela me pediu que eu realizasse as fotos num outro ambiente, a sala de materiais, sob a alegação de que se eu continuasse fazendo as fotos ali, às vistas de todos, poderia encorajar outros a fazerem o mesmo (porque isso seria um problema ainda me é um mistério, afinal qual a diferença de fotografar um livro e xerocá-lo, algo muito comum naquela biblioteca que, inclusive, conta com um quisque de xerox no seu interior). Enfim, quando expliquei que o objeto das fotos era o Oxford, de vinte volumes, ela entendeu que não era tão simples. A solução, longe da ideal, foi colocar todos os vinte volumes em um carrinho e levá-lo à tal sala. Coisa que, no fim, facilitou o meu trabalho, já que pude terminá-lo sentado numa mesa, onde podia apoiar com mais facilidade os volumes do dicionário.

Consulta ao Oxford Dictionary

Foram dezoito verbetes fotografados em um pouco menos de duas horas de pesquisa e leitura. O trabalho agora continua com a verificação das traduções realizadas pelo Google Tradutor das frases-exemplo encontradas nos verbetes.

Pinheiros e Butantã

19/03/2009

Depois das visitas às unidades Saúde e Vila Mariana, hoje foi a vez de Pinheiros e Butantã. Como as outras duas, essas unidades também estão muito bem servidas pelo transporte público, há pontos de ônibus muito próximos às duas e o acesso é muito fácil.

Na unidade do Butantã fui recebido pela gerente Christina Thornton, a quem contei um pouco sobre o projeto. Ela me apresentou a alguns professores da unidade e, muito prestativa, se disponibilizou para esclarecer qualquer dúvida que eu tivesse. Como nas outras unidades, esclareceu que há um depósito para que sejam guardados os quadros retirados quando ocorrer a colocação dos trípticos e também que a colocação de novos pregos nas paredes, caso sejam necessários, não deve ser um problema.

Algo que me chamou muito a atenção nessa unidade foi que ao longo da rampa principal que leva ao primeiro e segundo andares as paredes são decoradas com poemas e não imagens. São de uma série de poemas que são exibidos no metrô de Londres, num projeto do British Council.

(Em breve aqui: foto dos poemas)

A ida para a unidade de Pinheiros reservava um trabalho um pouco mais cansativo do que o realizado até então: foi a maior de todas as unidades que visitei até o momento. São quatro andares e mais um no subsolo, o total de quadros e posters chega a mais de trinta. Em compensação, pude falar diretamente com o zelador do prédio, senhor Silvio, que me deu até alguns conselhos sobre a fixação dos trípticos. Além disso, a afixação dos posters parece ser mais uniforme do que nas outras unidades, geralmente com dois pregos aos lados deles. Finalmente, o andar no subsolo, onde fica o “The Club“, possui uma decoração bastante diferente das outras unidades, inclusive contando com algumas gravuras. Terminei a catalogação somente às 20 horas, sem perceber acabei ficando quase duas horas ali.

Veja mais fotos e informações por aqui (em breve).

Ficha técnica

19/03/2009

Aqui está aquilo que pode ser (e será) chamado de ficha técnica de “One & Three Words”:

Troca de 60 quadros e posters em 10 das unidades da Cultura Inglesa de São Paulo por 60 trípticos compostos por duas fotografias de verbetes de dicionários e uma página impressa do “Google Tradutor”.

Conversas com a coordenação pedagógica e professores da rede de escolas Cultura Inglesa e artistas e profissionais ligados à teoria e práticas da tradução, com o objetivo de resultar em atividades nas salas de aula da rede.

Exposição da documentação do projeto em galeria do Centro Britânico Brasileiro e convite aos visitantes para explorarem temas relacionados à proposta no acervo da biblioteca do British Council.

Mais informações: http://oneandthreewords.org/

Ementas

18/03/2009

De acordo com o meu pedido no encontro com a coordenadora pedagógica da Cultura Inglesa, hoje me foram enviados os objetivos principais atingidos pelos alunos que se formam em cada nível da escola. A partir dessas informações será possível, no encontro com os professores das unidades, desenvolver atividades mais ligadas ao enfoque de cada nível.

O contínuo desenvolvimento do ‘Google Tradutor’ e o contexto da tradução

17/03/2009

A aquele que já tentou reproduzir os resultados obtidos no ‘Google Tradutor’ ilustrados no projeto inicial enviado ao Festival não é novidade que ao invés disso:

Sympathetic (velho)

Página do 'Google Tradutor' mostrando uma sugestão de tradução da palavra "sympathetic" na versão antiga do serviço.

obtem-se (há pouco tempo, diga-se de passagem) isto:

Sympathetic (novo)

Página do 'Google Tradutor' mostrando mais de uma sugestão de tradução da palavra "sympathetic" na versão atual do serviço, onde se vê a seção "Dicionário" incluída.

Ao depender de um software online para realizar um projeto em uma escala de tempo muito grande esse é um risco que se corre: o software é atualizado e uma determinada proposta pode se tornar um tanto quanto difícil. O caso aqui não chega à impossibilidade total, basta ver, por exemplo, a sugestão de tradução de “cafeteria (que ainda sugere somente “cafeteria” como tradução, sendo que o sentido mais usual seria algo como “refeitório”).

Mesmo assim, a atualização, a constante modificação, a “melhora” dos serviços do Google é algo que deve ser previsto e — por que não? — incluído numa proposta como esta. Sabemos muito bem que esse tipo de serviço não fica e, muito provavelmente não ficará, igual por muito tempo (basta ver a quantidade de modificações pelas quais passou um outro serviço mais ativamente desenvolvido, o GMail).

O aparecimento da seção “Dicionário” no Tradutor sugere uma tentativa de prover informações mais completas aos usuários do serviço. Também me parece que essa seção deixa claro que existe uma consciência dos próprios desenvolvedores (do Google) que esse serviço tem essa deficiência, justamente a que me interessava explorar. E é louvável que essa seção tenha sido adicionada às tentativas de tradução de uma só palavra. Sim, obviamente essa seção só aparece quando se tenta traduzir uma só palavra.

Mas isso não me pareceu tão claro quanto está agora. A princípio me levei a procurar por palavras que permanecessem “falsos cognatos” mesmo quando o “Dicionário” aparecia. É o caso de “alumnus“, por exemplo, que ainda não mostra a concepção utilizada com mais frequência na linguagem corrente (“ex-aluno”) e sim as opções “aluno”, “aluno de universidade” e “estudante”.

Foi só ao receber de ninguém menos que meu pai a seguinte mensagem que me percebi nesse caminho, ele dizia:

Fiz uma “google translation” e não vi aquilo que você disse. Pelo contrário, saiu uma coisa horrível, repleta de falsos cognatos. Veja aí embaixo:

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ORIGINAL:

The Society for Experimental Biology, with the generous support of the Company of Biologists Ltd., have instituted a series of formal public lectures to be given by distinguished members of the Society, and subsequently to be published in the Journal of Experimental Biology. The series is named after Dr George Bidder, who played an important role in the founding of both the Company and the Society.

GOOGLE TRANSLATED:

A Sociedade de Biologia Experimental, com o generoso apoio da Companhia de Biologists Ltd., ter instituído uma série de palestras públicas formal a ser dada por distinguir membros da Sociedade e, posteriormente, a ser publicado no Journal of Experimental Biology. A série tem o nome de Dr. George Licitante, que desempenhou um papel importante na fundação da Companhia de ambos e da sociedade.
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Que tal?

Foi só aí que comecei a me questionar sobre algo que ele mesmo afirmou categoricamente depois: “Ninguém usa o Google Tradutor para traduzir palavras soltas”.

Encontrei, numa anotação anterior ao projeto inicial, a pergunta: “Existem falsos cognatos por contexto?”. O raciocínio é que podem existir palavras cuja tradução não seja considerada um falso cognato em um contexto e seja em outro. Por exemplo, a palavra “convenient” pode ser traduzida, em alguns contextos, por “conveniente” (“This is not a very convenient time.“), mas em outros não (“More and more people find it convenient to do their home banking by phone or through the internet.”).

Agora me parece ainda mais claro que a resposta àquela pergunta é sim. Não só é sim, mas também é possível incluir essa afirmação nos trípticos ao prover o contexto da palavra (através de uma frase) na tradução realizada com o Google. Mais ainda, ao colocar a palavra contextualizada como exemplo de tradução é diminuída a possibilidade de interpretação do tríptico como uma mera ilustração, exemplificada por meio de ameaça a qualidade do serviço do Google, da impossibilidade de traduzir uma só palavra diretamente em só outra, algo que nunca me interessou apontar como se fosse um problema do ‘Google Tradutor’. O que gostaria que permanecesse é a problemática dessa impossibilidade estar presente em qualquer ato de tradução, mesmo dentro de um contexto, ou seja, o fato de existirem muitas traduções possíveis ao mesmo tempo que nenhuma delas é totalmente fiel ao original.