em: 17/08/2009

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Encontro com Luisa Duarte

Nos encontramos hoje com Luisa Duarte para definirmos melhor como será a participação dela na Temporada de Projetos na Temporada de Projeots. Ela é uma das convidadas a ministrar um workshop dentro do ciclo de workshops que lidam com análise e elaboração de projetos.

Contamos um pouco como será a exposição e também a natureza do nosso convite. Em especial, comentamos sobre uma espécie de dificuldade que tem nos surpreendido que é a reação à liberdade que oferecemos aos convidados para ministrar palestras e workshops. Temos deixado claro para todos os convidados a liberdade para desenvolverem as atividades da maneira que mais lhes convenha (ou seja, que tenha mais ressonância com seus interesses, suas pesquisas, seus modos de atuar, etc), temos em alguma medida até incentivando experimentações dentro dos formatos mais convencionais (de palestras e workshops). Imaginávamos que essa liberdade aumentaria o interesse no convidado em desenvolver a atividade, no entanto, a reação surpreendente é que ela acaba gerando uma reação reticente, de afastamento ou desconforto. Não temos como saber exatamente os motivos que levam a essa reação, e uma elaboração maior mereceriam um outro post, mas talvez podem passar por: o fato dessa liberdade pressupor um envolvimento e responsabilidades maiores, uma sensação dos convidados de falta de definição de qual é exatamente o nosso convite, medo de experimentar outros formatos (principalmente por eles poderem não funcionar), desinteresse em envolver-se, etc.

Ao contrário dessa reação, Luisa Duarte foi muito prática e já sugeriu, pelo menos em esboço, como lhe interessaria fazer o workshop. Já tendo participado de situações semelhantes de análise de projetos, ela comentou sobre a dificuldade de estabelecer parâmetros para falar sobre os projetos nessas situações. Além disso, apontou a situação comum na qual quem ministra o workshop se depara pela primeira vez com o projeto minutos antes de que já se espere dele uma reação crítica e analítica muito mais profunda do que é possível fazer nesse tempo tão curto. Isso acaba gerando frustração tanto em quem ministra o workshop quanto em quem participa, pois a expectativa de um determinado retorno nem sempre é correspondida.

Para lidar com essas dificuldades, ela sugeriu que o workshop contasse com artistas convidados por ela para apresentarem projetos (ou mesmo que ela apresentasse projetos deles). O primeiro benefício seria, levando em consideração que ela convidaria artistas/projetos com os quais tem mais familiaridade e vem acompanhando a trajetória, que o tempo curto de reação a uma proposta seria minimizado. Além disso, a apresentação destes projetos facilitaria o estabelecimento de parâmetros a partir do qual seria possível discutir com os projetos dos outros participantes do workshop.

Ela também deu importância que as atividades que estamos propondo sejam documentadas, e no caso dos workshops a melhor maneira de registrá-los seria por meio de um relato, já que um registro em vídeo ou áudio de um evento como esse (mais informal do que uma palestra) pode torná-lo inacessível a quem não estava presente.

1 Comentário

  1. Sobre o medo da liberdade.
    É necessário:
    - Elegermos a criação crítica e a democracia auto-reflexiva e auto-crítica como os mais altos valores sociais;
    - Compreendermos que a vida é conjunta e que só realizamos nossos papéis sociais quando temos uma dimensão de tempo que transcende “conseqüências de ação de imediata atualidade”;
    - Premiarmos a reflexão, a dialética e a liberdade de expressão;
    - Elevarmos a invenção crítica como patrimônio social imprescindível;
    - Lermos livros inteiros para aprendermos um pouco o significado de totalidade, pois os autores os escreveram como obra total, parcial e provisória do assunto;
    - Criarmos nossas próprias argumentações científicas e formas artísticas, integradas à realidade existente e superando-a dialeticamente;
    - Respeitarmos e aprimorarmos as regras técnicas e as normas sociais;
    - Avançarmos nas práticas e idéias de progresso geral do bem estar social e da riqueza comum a todos.

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