Arquivo do mês de março de 2009

em: 18/03/2009

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Encontro com Ligia Nobre

Em quase três horas de conversa numa padaria na Rua Maranhão, em São Paulo, explicamos à Ligia os detalhes do nosso projeto e conversamos sobre como ela poderia atuar no desenvolvimento da expografia. Além de ouvir com muita atenção às nossas colocações e dúvidas, a Ligia deu muitas sugestões, principalmente em relação às pessoas que gostaríamos de envolver no projeto. Ela sugeriu sempre trazer aquelas que estejam “a favor” do projeto, já que, por mais que a intenção seja gerar o debate — e ele normalmente ser fruto das discordâncias entre as pessoas — ele não se torna saudável se a discordância for com o próprio projeto.
O Atomium, é o local onde ocorreu o projeto The Baudouin/Boudewijn Experiment de Carsten Höller

O Atomium, é o local onde ocorreu o projeto "The Baudouin/Boudewijn Experiment" de Carsten Höller

Em seguida, foi a Ligia quem contou mais sobre sua trajetória. Se formou em arquitetura pelo Mackenzie, mas sempre manteve um forte interesse em arte. Esse interesse levou ao seu envolvimento em projetos como o Arte/cidade, bem como a criação do exo experimental, que teve um importante papel na introdução de programas de residências no Brasil e de debates interdisciplinares. Em estadias na Europa trabalhou em projetos de Carsten Höller, Boris Groys e Raqs Media Collective. Depois de longo período fora, retornou ao Brasil recentemente para, entre outros, o desenvolvimento de um projeto em São Paulo com os arquitetos Herzog&DeMeuron. Em relação ao “exo”, que consideramos um projeto que teve importantes conquistas no pensamento interdisciplinar, explicamos a ela que, embora exista — desde a nossa proposta inicial — uma vontade de dar à exposição um caráter mais interdisicplinar, ainda não conseguimos desenvolver um módulo de palestras que tivesse essa abordagem. De volta às características específicas da exposição, conversamos também sobre a intenção de criar um espaço dinâmico, que fosse transformado — e transformável desde a sua concepção — ao longo do período da exposição. Além dos croquis que elaboramos para o projeto inicial, levamos para ela algumas referências de como poderia ser esse espaço, como as instalações elaboradas pelo projeto “curating degree zero” e a exposição “Section 7 Books“. No que se refere à participação dela na construção do espaço expositivo, consideramos que, como arquiteta, ela também estaria elaborando um projeto — o projeto expográfico — e assim gostaríamos também que ela falasse sobre esse projeto em um dos encontros, ou seja, encarando desde já a possibilidade de tematizar, dentro do contexto da produção de projetos, o projeto expográfico como um “projeto”. Ela já havia se interessado pela nossa proposta tanto pelo posicionamento crítico que ela identificava no projeto como pela origem dele; então a possibilidade de atuar, nesse meio, como arquiteta — posição que ela nunca chegou a exercer plenamente nessa área — a atraiu e ela disse que consideraria o convite.
em: 09/03/2009

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Segunda reunião com equipe do Paço das Artes

Apesar de estarmos em constante contato com o Paço das Artes, marcamos uma reunião com toda equipe de gerenciamento de projetos (Fernando Oliva, Nathalia Meyer e Marcela Amaral) - a segunda reunião “oficial” que tivemos para discutir os procedimentos da Temporada de Projetos na Temporada de Projetos (a primeira reunião ocorreu no final de 2008). Essa reunião, marcada inicialmente para ocorrer na quinta-feira dia 5 de março, teve como pauta: - o contato telefônico com os artistas (prever como isso pode funcionar) -  o novo termo de autorização elaborado pela assessoria juridica (como será a entrega dos originais, principalmente); - criação de um orçamento ideal, já com previsões reais de custos para: a) arquiteto, expografia, marcenaria b) site  c) palestrantes e workshopistas?; - sobre o nosso “personal critic”, Deyson Gilbert, o acompanhamento e texto crítico por ele; - como funcionaria o esquema das palestras, a nossa autonomia no envolvimento de pessoas e instituições no projeto. Nos foi confirmado o período da exposição (do dia 5 de outubro ao dia 6 de dezembro) e cobrado estratégias para contatar os artistas que ainda não responderam o convite para participar da exposição (os artistas deverão enviar o termo de autorização original por correio pago por eles ou entregar pessoalmente no Paço das Artes até Junho), além da lista de nomes de palestrantes e orientadores até Abril (o Paço ficou de nos enviar a tabela com os fees). Sobre a expografia, conversamos sobre qual espaço dentro do Paço estará reservado para a Temporada de Projetos na Temporada de Projetos ( na mesma época acontecerá o Simpósio de Arte Contemporânea e mais uma outra exposição). O Paço mais ou menos mostrou o espaço reservado para nós, mas ainda é incerto. Nos perguntaram se nós já sabíamos dos aparelhos que precisaríamos (computrador, internet, projetor, mesa, cadeira, etc) e de como os projetos serão expostos (se serão utilizados pastas ou envelopes para proteção). Ainda sem respostas para isso,  perguntamos se nós poderíamos indicar um arquiteto. O Paço das Artes já tem um arquiteto e se gostaríamos de convidar uma outra pessoa, teríamos que dar outro nome a ela (designer espacial, coisa assim) para que possa entrar no orçamento. A questão do orçamento ficou foi bem delicada durante toda reunião. Ficamos numa situação muito dificil de trabalhar sem saber o orçamento limite reservado para a curadoria. Por fim, o Paço das Artes ficou de marcar uma reunião com o arquiteto responsável pelas exposições, o Alvaro Razuk, com o Núcleo Educativo, e com a diretora executiva Daniela Boussso.
em: 03/03/2009

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encontro

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Apresentação para os curadores do South America Orientation Trip 2009

Foto dos curadores do South America Orientation Trip 2009

Foto dos curadores do "South America Orientation Trip 2009"

A convite do Fernando Oliva fomos apresentar o projeto Temporada de Projetos na Temporada de Projetos aos 20 curadores do South America Orientation Trip. Eles passariam 4 dias em São Paulo visitando museus, centros culturais e galerias, seguindo depois para Buenos Aires e Lima para fazerem o mesmo. Na passagem deles pelo Paço das Artes fizemos uma breve introdução ao nosso projeto e tivemos bastante receptividade. Muitos ficaram interessados e quiseram saber mais. Como o tempo deles era curto (eles ainda tinham que visitar outras instituições no mesmo dia) fomos convidados pela Mondriaan Foundation para participar do fórum que ocorreria no dia seguinte na Pinacoteca do Estado, e assim poderíamos continuar a conversa. Dado o grande interesse que eles demonstraram, resolvemos fazer uma versão em inglês do projeto e conseguimos colocá-la no ar no site já no dia seguinte. Além disso, como “projetosnatemporada.org” não é um endereço muito fácil de ser falado em inglês (muito menos entendido), acabamos registrando alguns atalhos: que são bastante mais fáceis de memorizar e passar adiante. Acesse o blog dos curadores e saiba mais sobre o que eles andam fazendo por aqui.

Abertura da Temporada de Projetos 2009

Inauguração da Temporada de Projetos 2009 do Paço das Artes com a abertura das individuais de Regina Parra, Claudio Matsuno e Luciana Ohira e Sérgio Bonilha.
Trabalhos de Sérgio Bonilha e Luciana Ohira. Clique na imagem para ver fotografias de outras obras expostas.

Trabalhos de Sérgio Bonilha e Luciana Ohira. Clique na imagem para ver fotografias de outras obras expostas.

Após apresentação do programa Temporada de Projetos por Fernando Oliva e Priscila Arantes, representantes do Paço das Artes, Marcelo Rezende, Márcio Harum e Fernando Oliva, da equipe dos “jovens criticos”, apresentaram brevemente os trabalhos de Claudio Matsuno, Luciana Ohira e Sérgio Bonilha, e Regina Parra, respectivamente. A situação que se formou no início dessas apresentações foi de um certo desconforto — o público manteve-se em pé, com algumas pessoas conversando em pequenos grupos, enquanto os artistas e criticos falavam, num microfone e também em pé, sobre os trabalhos e processos de trabalho. Aos poucos as pessoas foram sentando ao redor, porém bem distantes, do microfone e a situação se tornou mais cômoda e até um pouco cômica (algo que lembrou o “Fala Garoto!”, do Programa Livre do Serginho Groisman!). Foi um jeito de fazer conversa interessante. Mas o público continuou tímido, e, apesar de alguma insistência, ninguém quis perguntar nada aos artistas. Marcelo Rezende resolveu introduzir o trabalho de Matsuno convidando o artista para uma entrevista. Matsuno falou da experiência de morar no centro da cidade de São Paulo e a maneira que a traduz no seu trabalho, bem como a incorporação do erro em seus desenhos. Márcio Harum, por sua vez, relatou a sua visita ao atelier de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha e o passeio que fez com eles pela Sta Efigênia ao ler o texto publicado no folder da exposição. Os artistas também tiveram a oportunidade de falar sobre o trabalho que expõem no Paço das Artes, e descreveram o interesse no questionamento das afirmações da ciência. Por último, Fernando Oliva falou sobre o desenvolvimento das pinturas de Regina Parra, artista que foi aluna dele e cujo trabalho trabalho de conclusão de curso na FAAP o teve como parte da banca. Regina Parra contou sobre o processo de elaboração das pinturas por meio de imagens de câmeras de vigilância. Antes de encerrarem o “bate-papo”, a Christiana Moraes e a Maralice Camillo, do núcleo educativo, se apresentaram e convidaram todos para uma conversa com os artistas e o educativo dentro do “Projeto Portfólio”, que é uma ação do educativo do Paço. A abertura da Temporada de Projetos continuou com pequenas conversas, petit four, patê, coca zero, coca normal e água. Foi lá também que tivemos o prazer de conhecer a Ligia Nobre e ter uma breve conversa com ela sobre a Temporada de Projetos na Temporada de Projetos e de como “incluir as ausências” — termo sugerido pela próprio Ligia —, ou seja, como incluir na exposição os artistas que recusaram participar e aqueles que ainda não se manifestaram. Encontramos também dois amigos que passaram na frente do Paço das Artes naquela noite e resolveram entrar e ficar para a abertura. O mais curioso é que eles, que não são da área de artes, se descreveram como “penetras”, como se o evento fosse restrito à comunidade ou somente para convidados. Alguns convidados ainda seguiriam para a Galeria Leme, onde ocorria a abertura da individual do Marcelo Moscheta.